Sabe os millennials? Precisamos entendê-los melhor

Sabe os millennials? Precisamos entendê-los melhor

Será que nós estamos entendendo os millennials? Quando pensamos nessa geração nascida entre o início dos anos 1980 e o fim dos anos 1990 é fácil cair na ideia de que esses jovens são, digamos assim, pouco comprometidos com as mesmas coisas do que a geração mais velha.

Basicamente, essa ideia quer dizer que eles são menos interessados em trabalho fixo, formar uma família, comprar um imóvel – tudo aquilo com que seus pais se preocuparam.

Para as empresas esforçadas em entender seus consumidores – muitos deles millennials -, conhecer bem o comportamento dessa geração de jovens é importante, principalmente quando precisamos definir a persona da marca.

No entanto, muitos pesquisadores que investigam o comportamento dos millennials afirmam que pensar que eles são “preguiçosos” ou “descompromissados” é apenas um estereótipo, e não a verdade.

Nesse texto, nós vamos entender os millennials além desses “mitos”. Se baseando em estudos de agências internacionais que exploram o assunto, vamos conhecer melhor seus hábitos e estilo de vida. Veja só.

Entendendo os millennials - Projetual

Coworkings, startups, escritórios menores, pouco pessoal: a rotina de trabalho dos millennials é diferente. Imagem: reprodução / The Balance.

Os millennials no emprego

A Resolution Foundation, a Deloitte e o Centro de Pesquisas Pew, todas agências e empresas especializadas em pesquisas sobre consumidores e diferentes populações, realizaram alguns estudos sobre como são os millennials dos países desenvolvidos. Elas mostram que as pessoas não estão entendendo os millennials.

Ao investigar a vida dos jovens americanos, por exemplo, a Pew identificou que entre pessoas de 18 a 35 anos, a probabilidade de mudarem de emprego durante a vida era praticamente a mesma do que em relação à geração anterior, a chamada geração X. Os millennials, inclusive, possuem geralmente currículos melhores do que os de seus pais.

A agência ainda comenta que, na verdade, ao longo da vida os millennials estão tendo menos mobilidade de emprego do que a geração anterior. “Os jovens sempre mudaram de emprego mais do que os mais velhos, mas certamente a taxa de mobilidade caiu – para os jovens especialmente rápido, mas caiu para todos”, diz Laura Gardiner da Resolution Foundation, em um relatório sobre os millennials britânicos.

Segundo ela, é bem pouco provável que os jovens estejam ganhando tão bem quanto os jovens das gerações anteriores. Isso quer dizer, segundo os estudos, que os jovens da geração X costumavam ter mais poder de compra do que os millennials atuais. De certa forma, isso justificaria o fato da imobilidade no emprego.

No caso da geração X britânica, estudada no relatório da Resolution Foundation, sua probabilidade de mudar de emprego enquanto jovens era até duas vezes, já que isso, geralmente, significava um aumento de salário de até 15%.

Atualmente, os millennials – não apenas britânicos, mas de todo o mundo – estão encontrando dificuldade para pular para empregos melhores e mais rentáveis, e até aumentar seus salários nos empregos atuais. Em média, apenas 1 em cada 25 mudam de emprego todos os anos, segundo o relatório da Resolution.

Entendendo os millennials - Projetual

Millennials são menos “sonhadores” do que pensávamos. Imagem: reprodução / Goins, Writer.

Entendendo os millennials

Se olharmos um pouco para trás no tempo, é possível perceber que as diferentes situações pela qual o mundo passou influenciou muito o comportamento das pessoas, seus ânimos e pensamentos sobre o futuro.

A Guerra Fria (1947 – 1991), por exemplo, que teve grandes tensões entre Estados Unidos e União Soviética, guerras eventuais entre diferentes países e brigas econômicas, influenciou profundamente a vida de diferentes populações e também, claro, de diversas empresas e do mercado.

É por isso que os pesquisadores dos millennials, apesar de não darem respostas concretas sobre a relação deles com o mercado, sugerem que é a instabilidade do mundo atual que os deixam mais estáveis e imóveis em seus empregos.

Ao mesmo tempo, a economia do mundo está mudando. O setor de serviços é atualmente bem maior do que era há 15 anos atrás, e em muitos países ele já é maior do que o setor industrial e/ou maior que o setor da agricultura.

A agência Deloitte afirmou em seu relatório que o desejo por estabilidade dos millennials é algo bastante atual, crescendo bastante nos últimos doze meses.

As razões disso envolvem as atuais instabilidades das economias mundiais, crises políticas e econômicas e a própria faixa de vida em que os millennials estão – muitos já estão querendo comprar casas e formas famílias.

A Deloitte entrevistou mais de 8 mil millennials em 2017 – todos de países desenvolvidos – e constatou que 7 entre 10 preferem ter emprego integral do que ser autônomos, porque procuram renda fixa e estabilidade.

Iguais aos outros

Mas e por que muitos não estão entendendo os millennials? De onde vêm os estereótipos? Se eles procuram empregos e vidas estáveis, por que são taxados de inconstantes, desapegados, “livres”?

A resposta dos pesquisadores para isso é que as gerações mais jovens são sempre taxadas de “menos comprometidas” que as gerações anteriores. “É um estereótipo sobre os jovens. Vimos o mesmo estereótipo em relação à geração X quando eles eram novos no mercado de trabalho” disse Jenniffer Deal, autora do livro “O que os Millennials Querem do Trabalho” (em tradução livre do título original).

Quando pensamos nas coisas básicas da vida, como casa, trabalho e relacionamentos, os millennials não querem coisas muito diferentes do que a geração X teve.

Sim, eles têm vontades, personalidades e gostos diferentes, mas isso não faz com que eles tenham vidas tão estranhas assim. “Eles podem ter maneiras diferentes de expressar seus valores, mas o que querem na vida e no trabalho é bastante parecido.”, completa a autora Jennifer Deal.

Por que é importante entender os millennials

Como comentamos lá em cima, muitas empresas investem (com toda a razão) bastante tempo, e eventualmente dinheiro, para entender comportamento sobre seu público-alvo.

Muitas delas direcionam seus esforços para atingir os millennials, já que são seus principais consumidores. Entender o comportamento particular desse grupo de pessoas e saber como levam suas vidas é essencial para fazer as estratégias de marketing certas.

Além do mais, como já vimos neste estudo realizado pelo Facebook, os millennials serão a principal força trabalhadora – e portanto, consumidora – atuante nos próximos anos. Por isso, é bom que as empresas estejam entendendo os millennials, e muito bem.

E aí, gostou de saber mais sobre essa geração que faz parte do seu público? Para mais dicas, informações e estudos sobre marketing, continue acompanhando os canais da Projetual. Inscreva-se em nosso Canal e baixe nossos materiais gratuitos. 😉

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