Pesquisa mostra grupo de pessoas mais suscetíveis às Fake News

Pesquisa mostra grupo de pessoas mais suscetíveis às Fake News

Nos últimos anos, as fake news se tornaram mais parte de nossa realidade do que esperávamos e gostaríamos. Especialmente quando a prática entra no campo da política, onde mais se propagou, é que pode ser extremamente danosa.

Já mostramos aqui no blog que as fake news não são apenas manifestações de alguém ou algum grupo que, “mentindo”, procura algum benefício. Existe uma verdadeira indústria da desinformação que atua para favorecer pessoas ou negócios apostando na ingenuidade do público.

Mas será que todo mundo está igualmente suscetível a “cair nas garras” das fake news e compartilhar notícias falsas? Parece que não, de acordo com um estudo científico realizado por Andrew Guess, da Universidade Princeton, e Jonathan Nagler e Joshua Tucker, da Universidade de Nova York (NYU), publicado pela revista científica Science Advances na última quarta-feira (9).

O objetivo do estudo foi tentar encontrar algum filtro que demonstrasse grupos mais propensos a divulgar notícias falsas. Para fazer a análise, eles olharam para o comportamento nas redes sociais de cerca de 600 estado-unidenses durante as eleições de 2016. Um resumo da pesquisa foi publicado no site da BBC.

Vale lembrar que as eleições americanas ficaram fortemente marcadas pelas intervenção de fake news divulgadas por veículos russos favorecendo um candidato específico.

Fake news parece ser atividade dos mais velhos

Primeiro, analisando as centenas de perfis aleatórios que caíram em suas mãos, os pesquisadores constataram que “A ampla maioria dos usuários do Facebook no nosso banco de dados (91,5%) não divulgou nenhum artigo de portais de notícias falsas em 2016”. A notícia é boa, querendo dizer que apenas umas minoria deixou-se levar pelas informações falsas.

Agora, o principal catalisador entre aqueles que compartilharam fake news foi a idade. Os pesquisadores perceberam que pessoas acima dos 65 foram até 7 vezes mais propensas a compartilhar notícias falsas em comparação ao grupo mais jovem, de 18 aos 29 anos.

Além disso, a pesquisa também descobriu outro fator interessante: pessoas que compartilhavam mais notícias de modo geral, compartilhavam menos notícias falsas em proporção. De acordo com o estudo: “Esses dados são consistentes com a hipótese de que pessoas que compartilham muitos links têm mais familiaridade com o que elas estão vendo e são mais aptas a distinguir notícias falsas de notícias reais”.

Em outras palavras, quem parecia estar mais ligado aos canais de notícia conseguia identificar melhor a veracidade das informações.

Isso nos leva a pensar sobre como é o contato de pessoas de diferentes idades com os meios de comunicação. Durante boa parte de suas vidas, pessoas com mais de 65 anos foram mais acostumadas com jornais físicos, rádios e televisão. Estes são meios de comunicação dificilmente contestáveis – o que não quer dizer que sejam absolutamente infalíveis.

Para esse grupo de pessoas, lidar com o dinamismo das informações via Facebook, Twitter e WhatsApp pode ser mais difícil. Existe espécie de “óculos” por causa do costume com meios de comunicação mais tradicionais que evita o ato de questionar a veracidade das informações.

Atualmente, fake news é um tema cada vez mais importante entre quem trabalha com comunicação. É importante que todo criador de conteúdo fique atento ao assunto, ainda mais aqueles que trabalham com públicos mais velhos.

Como já falamos aqui no blog, inclusive o Facebook já está bastante atento à propagação de fake news e tomando atitudes para contê-las.


Por redação Projetual.