Existe ideia ruim? – Depende!

Existe ideia ruim? – Depende!

Podemos dizer que o nosso principal “objeto” de trabalho é a criatividade. As agências de comunicação, especificamente as que trabalham com publicidade, diariamente vivem de ter ideias. Cada cliente tem necessidades, públicos e produtos ou serviços específicos, o que indica que cada um deles precisa de soluções diferentes, ou seja, de ideias diferentes.

E é exatamente esta capacidade de ter ideias que faz com que as empresas procurem os serviços de agências como a nossa. No entanto, quem está inserido neste universo de criatividade sempre se depara com insights que, às vezes, precisam ser descartados por não se adequarem ou não funcionarem no momento. Sim, estamos falando das “ótimas ideias ruins”: percepções que à primeira vista parecem geniais, mas que acabam se mostrando ineficientes.

Então, quando nos deparamos com uma ideia assim, sempre nos perguntamos: realmente existem ideias boas e ideias ruins? Hoje queremos convidá-lo a debater conosco este dilema. Você topa?

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Foto: reprodução/ Coletivo Verde

O que é uma ideia

Antes de tudo precisamos que você entenda do que é feita uma ideia. Resumidamente, uma ideia não existe sem contexto. Uma ideias, tal qual um discurso, precisa estar inserida em alguma localização espacial e temporal para que seja compreendida e, além disso, ela necessita ter referências anteriores no mundo que legitimem a sua existência.

O que queremos dizer é que se analisarmos as ideias a partir de uma perspectiva filosófica do discurso (e entendam aqui discurso como formação de sentido, não como aquilo que um político faz no palanque), não existe ideia inédita, bem como não existe nada que nunca foi dito, simplesmente porque as coisas precisam de um referencial anterior já existente para serem compreendidas hoje.

Ok, mas existem ou não ideias boas e ideias ruins?

O título deste nosso texto já responde a esta pergunta: depende! Parece uma resposta vaga? Pois não é. As ideias podem ser boas ou ruins se inseridas corretamente ou não no contexto adequado.

Em geral, é muito comum que as equipes das agências de publicidade percebam que uma ideia genial era completamente ruim quando começam a coloca-la em prática, isso porque antes ela existia apenas no imaginário e não era exposta ao “mundo real” e a todos os diferentes contextos que ele possibilita. Vocês conseguem compreender que isso realmente justifica a nossa resposta? Quando a ideia está na cabeça de alguém ela pode ser genial, mas apenas o contexto definirá se ela é realmente boa. Apenas a viabilidade dela frente ao “mundo real” dirá quão boa ou não ela é.

A ideia é ruim? Guarde-a para depois

Se após conflitar uma ideia com a realidade você chegou à conclusão de que ela era ruim, fique tranquilo, você não gastou neurônios à toa. Possivelmente a sua ideia não conseguiu se enquadrar no contexto existente, mas nada a impede de se encaixar em outro contexto posterior, então, guarde as suas ideias ruins, porque elas podem ser perfeitas se o contexto mudar amanhã.

Como ter uma ideia genial

Você já ouviu ou disse para si mesmo aquela frase célebre: “como que eu não pensei nisso antes? Era tão simples!”. As grandes ideias são exatamente estas. Alguns teóricos da criatividade dizem que as ideias boas estão soltas no imaginário social junto com todas as outras, esperando apenas que alguém as perceba e as oralize. Em paralelo a isso, outros teóricos afirmam que criatividade é a capacidade que uma pessoa tem de estabelecer conexões cerebrais inusitadas para resolver um problema comum.

Pensando nisso, a fórmula para se ter uma ideia boa é:

1) Não pensar em algo mirabolante logo no início

As ideias boas estão juntas com as ruins, ou seja, ao alcance de qualquer um. Se você partir do princípio que uma grande ideia precisa ser algo completamente diferente, possivelmente deixará de lado um número gigantesco de ideias perfeitas, que só não foram percebidas porque você as considerou simples demais.

2) Faça analogias entre as coisas mais diferentes

Este exercício mental te ajudará a estabelecer conexões inusitadas entre as coisas. Normalmente não fazemos isso porque o nosso cérebro está acostumado a procurar referências já existentes. Quando paramos para fazer analogias entre coisas de universos diferentes, passamos a estabelecer similaridades entre elas que, mais cedo ou mais tarde, podem culminar em uma ideia genial e completamente inusitada

3) Insira a sua ideia na realidade

Antes de defender uma ideia (e de criticar alguma também), coloque-a em conflito com o contexto, com a realidade. Afasta-se dela e tente visualizar se ela é executável e se será compreendida no espaço e no tempo nos quais ela será colocada em prática. Se você não fizer isso, possivelmente a equipe que trabalha com você fará, daí não adianta achar ruim se ela for descartada. E se a sua equipe não fizer, prepara-se para se frustrar quando todo o trabalho de execução for por água abaixo só porque vocês não a analisaram previamente.

E aí, o que você concluiu? Existe ideia boa e ideia ruim? Qual é a sua perspectiva? Certamente queremos conhece-la. Envie um e-mail para a Projetual com a sua opinião ou questionamento, com certeza o responderemos e, mais que isso, teremos a oportunidade de construir conhecimento com você. Nos falamos novamente na sexta-feira, certo?

Redação Projetual.

 

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