Femvertising: a publicidade desperta para o feminismo
Com certeza não é de hoje que as empresas empenham seus esforços publicitários para fins sociais. Possivelmente você já viu por aí alguma marca falando sobre a importância de preservar a natureza ou, como fez recentemente a empresa O Boticário, sobre como todas as formas de amor são válidas – inclusive as homoafetivas -, em sua campanha para o Dia dos Namorados 2015.
No entanto, atualmente algumas empresas – principalmente as da indústria da beleza – perceberam o benefício de ter uma posição pró-empoderamento feminino ou, de maneira mais abrangente, pró-feminismo.
É nesta onda que aparece o conceito Femvertising. Enquanto feminismo é o movimento que tem por objetivo igualar os direitos e oportunidades entre homens e mulheres; o Femvertising é a publicidade que levanta bandeiras feministas.
O buzz
De todos os vencedores do Grand Prix em Cannes, seis era voltados totalmente para o público feminino e transmitiam mensagens sobre empoderamento e igualdade. Ao que tudo indica, a publicidade acordou para esta causa específica e está investindo pesado nela. Há quem diga que este tipo de investimento gera apenas visibilidade em premiações, ou seja, servem apenas conceitualmente. Entretanto, não é isso que dizem os números e, como empresários precisam de números, aqui vão alguns deles.
Você se recorda da Campanha Pela Real Beleza que a Dove colocou no ar há 10 anos? Ela elevou as vendas da empresa de US$ 2,5 milhões para US$ 4 milhões.
Outro exemplo é a American Eagle, que deixou de trabalhar no Photoshop a imagem das modelos de sua linha de lingerie no começo deste ano, e já obteve um aumento de 9% nas vendas.
O cuidado
Apesar de parecer uma oportunidade interessante para as marcas se posicionarem, num país onde uma mulher morre a cada 90 minutos vítima do feminicídio, abordar a questão precisa ser algo muito bem planejado e que, de fato, faça parte do posicionamento e do discurso da empresa, ou pelo menos passe a fazer. Caso contrário, o efeito pode ser contrário, afinal, as redes sociais estão aí para permitir que qualquer pessoa critique um trabalho que não se mostre satisfatório ou que erre quando o assunto é a dignidade da pessoa humana.
Sim, existem inúmeros tipos de reflexão sobre a apropriação que a publicidade realiza em cima de discursos sociais; sobre como isso é uma forma do capitalismo continuar vigente; ou também sobre como algumas empresas são oportunistas, mas estas discussões necessitariam de outra série de textos para serem esgotadas. O que pretendemos, como sempre, é trazer até você as principais tendências do mercado e mostrar como a dinâmica social está influenciando cada vez mais no processo publicitário.
Se a sua empresa já realiza algum tipo de trabalho com esta abordagem ou deseja realizar, possuir uma equipe profissional e consciente sobre os diversos aspectos que envolvem as abordagens existentes para assuntos como o feminismo, por exemplo, é fundamental. Converse com a Projetual, entenda um pouco sobre como o discurso ideológico pode fazer parte das campanhas publicitárias que você tem em mente, e experimente uma maneira profissional e responsável de realizar um trabalho. Atendê-lo é sempre um prazer.
Por Redação Projetual.
Fontes: Adweek, Huffington Post