Psicologia da comunicação: não, não estamos falando sobre o significado das cores

Psicologia da comunicação: não, não estamos falando sobre o significado das cores

Os leigos que me desculpem, mas consistência teórica é fundamental. De maneira alguma sou um nazista acadêmico que acredita unicamente que as teorias científicas são a chave para tudo – trabalho há 8 anos com comunicação e sei que, na prática, não é bem assim que funciona.

No entanto, desprezar completamente o que o conhecimento científico tem para dizer sobre a relação empresas/pessoas, com certeza, não é algo indicado e, hoje, o redator que vos escreve quer conversar sobre isso.

O tópico é a psicologia aplicada à comunicação, ok? Em linhas gerais, quando ouvimos profissionais falarem sobre psicologia da comunicação, logo nos deparamos com explicações sobre a teoria das cores e como elas são capazes de transmitir inúmeras mensagens diferentes e blá blá blá. Isso é verdade? É! Mas a psicologia na comunicação é infinitamente mais que isso, aliás, infinitamente mais poderosa que isso.

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Foto: reprodução/ Templo de Apólo.

E o que ela é?

Antes de tudo, a psicologia é uma ciência que nos ajuda a compreender muitas coisas, principalmente o comportamento humano, o que facilita, por exemplo, a execução de ações de endomarketing – quando o profissional tem domínio da teoria, obviamente.

Um dos fundamentos principais da psicologia, que surgiu com a psicanálise Freudiana, discorre sobre o “recalcamento”. Para quem não sabe, o termo “recalcar” foi cunhado por Freud para explicar o que acontece com todas as representações negativas as quais somos expostos e que não são assimiladas pelo nosso complexo consciente de associações.

Exemplo: a morte de um ente querido é uma representação negativa que o nosso consciente não consegue assimilar, então, como forma de evitar o sofrimento, nós, na maioria das vezes, recalcamos esta representação e a enviamos para o inconsciente, ou seja, para um território que foge da nossa consciência. Parece uma ideia boa? Sim! Mas não é. Isso porque o consciente retorna em forma de sintomas para nos atormentar, só que essa parte já é assunto para outro texto.

O que eu quero dizer é que nas empresas, bem como na vida – vale lembrar que funcionários são seres humanos -, as pessoas recalcam as representações negativas, que retornam em sintomas piores para o clima organizacional. Ou seja, conhecer a teoria da psicologia na comunicação é uma ótima maneira de promover ações de endomarketing que realmente surtam efeito nos colaboradores, e que não sejam apenas mais um momento no qual as empresas distribuem brindes quaisquer.

Um caso muito frequente em que a psicologia pode ser aplicada em ações de endomarketing diz respeito à famigerada “rádio peão”, sim, a famosa fofoca que, quando não tratada com o devido respeito, pode gerar crises enormes para a empresa. E vocês sabem o motivo que faz com que o “diz que me diz” seja tão poderoso? É exatamente o recalcamento.

Quando uma empresa não deixa transparentes as informações sobre processos importantes, os questionamentos são recalcados e retornam como manifestações terríveis para o ambiente empresarial. Parece um exemplo bobo? Claro que parece, mas converse com algum empresário que já passou por uma crise do tipo e ele te dirá o quão necessário é se importar com estas situações.

Na comunicação a psicologia possui funções muito maiores do que apenas dizer qual cor usar em uma determinada campanha, mas isso apenas profissionais que levam a teoria tão a sério quanto a prática podem te ajudar a compreender. Por isso, valorize a sua marca colocando-a nas mãos de quem sabe o que está fazendo. Ah, e lembre-se: não recalque.

Por Igor Francisco
Redator-Chefe

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