Slow content x produção em série: qual conteúdo tem mais efeito na web?
Sim, nós sabemos que é melhor para um site que ele tenha um blog integrado, tendo em vista que as atualizações de conteúdo colaboram para a indexação das páginas no Google e escalonam positivamente o endereço do site na busca orgânica.
Sim, nós também sabemos que produzir conteúdo diariamente para pages do Facebook é necessário para movimentar o alcance e gerar engajamento em sua bases de fãs. Nós realmente sabemos de tudo isso.
No entanto, até onde vale sacrificar o conteúdo de qualidade em troca da produção em série que a dinamicidade da internet exige? Já parou para pensar nisso?
Enquanto segmentos como o design, a gastronomia e a moda se voltam cada vez mais para a produção autoral de qualidade, pautada em um consumo consciente e exclusivo, a fim de entregar ao consumidor produtos melhores e menos danosos para toda uma cadeia de produção, a web se volta para a cadeia massacrante da produção de conteúdo em série.
A cada segundo – inclusive enquanto você lê este post -, milhares de textos, fotos, vídeos e infinitos outros formatos de conteúdo são uplodeados na web, e isso é incrível! Longe de nós querermos condenar a flexibilidade e a agilidade que a internet permite. Todavia, vale a reflexão: quanto deste conteúdo é aproveitável realmente?
Encontramos redatores aos milhões saturando um mercado cada vez mais concorrido, mas que destaca os melhores profissionais a partir de seus talentos para gerar mais alcance – nem que isso seja feito a partir da bestificação do intelecto alheio.
A palavra é CONTEÚDO, e ela já diz por si só como devemos produzir nossas postagens e outras intervenções para marcas: com conteúdo. Ah, e sem esquecer que ele deve ser relevante.
Produzir conteúdo é mais do que apresentar algo para um público, é educar e contextualizar o usuário sobre como as marcas que eles estão seguindo veem o mundo e o que elas esperam dele. Publicar frivolidades sem sentido e nada consistentes para um público é, antes de tudo, duvidar da capacidade que ele tem de perceber o que quer ou não quer ver. É quase como se o conteúdo de “má fé” – chamemos assim para amenizar -, olhasse para o usuário como um ser sem senso crítico, capaz de aceitar qualquer tipo de mensagem que enviem para ele (coisa que nós, produtores de conteúdo, aprendemos nas aulas de teorias da comunicação que não é bem assim que funciona, certo?).
E aí, qual conteúdo você está produzindo? Acredite, é possível ter alcance com qualidade e sem imoralidade intelectual. Redatores, uni-vos pela qualidade.
Por Igor Francisco
Redator-chefe