Twitter: manter sua empresa no microblog ainda vale a pena?
Tweets demais, replies a todo momento, mais resultado com o Facebook e incertezas no Twitter. Mesmo com a rede de Mark Zuckerberg reinando entre os brasileiros, com 73% de adesão entre os internautas, será que o Twitter ainda é um bom canal para divulgar a sua empresa e se relacionar com os clientes?
O Brasil dá “RT”
No final de 2012, o Twitter divulgou que a rede conta com mais de 500 mil usuários cadastrados, sendo que 200 mil são ativos. Limitando o foco ao Brasil, estatísticas apontam que houve um relevante crescimento do uso do Twitter entre os brasileiros. Segundo a Semiocast, a quantidade de usuários saltou de 33,3 milhões, em janeiro de 2012, para 41,1 milhões, em julho de 2012. O país só perde para os Estados Unidos, que chegou a 140 milhões de usuários cadastrados.
Mesmo em segundo lugar, a força dos brasileiros na rede é tanta que São Paulo, por exemplo, é a quarta cidade do mundo que mais tuíta, perdendo apenas para Jakarta, Tokyo e Londres. 6,6% de todas as mensagens tuitadas em um dia vêm do Brasil.
Uma das possíveis razões às quais se pode atribuir o aumento no uso do Twitter é o boom dos smartphones. Com o 3G, é fácil acessar redes sociais de qualquer lugar e a qualquer hora, fazendo com que os usuários passem mais tempo online. Prova disso é a quantidade de acessos ao Twitter via mobile: 60% dos usuários da rede a acessam usando um smartphone. E o acesso via mobile deve aumentar. Conforme relatório da Akamai, o tráfego de dados móveis dobrou entre 2011 e 2012.
Empresas na rede
Segundo uma pesquisa realizada pelo próprio Twitter, marcas que interagem na rede social têm mais chances de vender por lá. Para isso, a empresa analisou 7.600 usuários e 700 marcas, identificando mensagens, estratégias e o sucesso das vendas. O resultado é que usuários do Twitter que recebem tuítes de marcas têm mais chances de visitar lojas virtuais e comprar produtos do que internautas comuns.
“Usuários do Twitter são grandes compradores mas não são apenas as grandes marcas que se beneficiam disso. O Twitter deixa as pessoas mais próximas aos seus interesses, abrindo espaço para empresas de nicho que se conectam a uma audiência altamente segmentada, percebendo uma melhora nos resultados”, afirma a pesquisa.
De acordo com Joel Lunenfeld, vice-presidente de estratégia do Twitter, 88% dos usuários do Twitter seguem ao menos uma marca na rede, enquanto que 55% seguem seis ou mais empresas. Para ele, promoções e descontos ajudam, mas o que move as pessoas a seguirem marcas é o conteúdo exclusivo que é liberado na rede social.
Facebook em 140 caracteres
O Facebook é líder, rei, fornece estatísticas precisas e mostra resultado. Isso ninguém pode negar. Aliás, o próprio Facebook é a marca mais discutida no Twitter, você sabia? A rede de Zuckerberg deixa para trás, com folga, marcas como a Google, a Apple e a Amazon.
Mas então por que se concentrar em apenas uma rede não vale a pena? Simples: porque o perfil do público que segue uma marca “X” no Twitter é bem diferente daquele que curte essa mesma empresa no Facebook.
Perfil do usuário
Para começar, vale lembrar que a comunicação nessas duas redes andam em um ritmo diferente. Enquanto que o Twitter é voltado para quem está conectado e interagindo o tempo todo, o Facebook é mais devagar.
Isto é, se você entrar no Facebook uma ou duas vezes por dia por meia hora, você compreende o que está acontecendo com as marcas, com os perfis de humor e com os seus amigos. Contudo, se você entrar no Twitter com essa frequência, você não vai entender nada. Afinal, Twitter é uma grande conversa e se você não estiver ligado nela, vai perder o fio da meada.
A partir daí já dá para traçar um pouco melhor o perfil dos seus usuários em cada uma das redes. Quem usa o Twitter com frequência está conectado o tempo todo, é ligado nas novidades, e tem mais chances de comprar o seu produto – além de a conversa estar a um tuíte de distância, seja para perguntar, reclamar ou para, simplesmente, trocar uma ideia. Já no Facebook, a interação acontece, mas é bem mais lenta e descompromissada.
Nas estatísticas da KissMetrics, o usuário do Twitter tende a ser mais jovem (27% com 25 a 34 anos) e a ter uma renda mais alta (27% ganha US$ 75 mil por ano ou mais), enquanto que o público do Facebook é mais velho (26% com 45 a 54 anos) e ganha menos (34% ganha até US$ 50 mil por ano).
Duas redes, duas estratégias, o dobro de ganho
O Twitter está crescendo, o Facebook é rei e nada impede que empresas adotem estratégias diferentes em busca de melhorar sua reputação e engajamento na internet. Com públicos bastante distintos, é importante buscar formas diferenciadas de conseguir conquistar o cliente.
Assim, investir somente no Facebook é possível, mas vale lembrar que todo um grupo de usuários e possíveis compradores ficará de fora de suas ações. Portanto, o melhor que uma empresa pode fazer hoje é balancear seus esforços no digital, contemplando ambas as redes e compreendendo as diferenças de cada uma delas. Afinal, não adianta querer comparar bananas e berinjelas, mesmo que as duas lhe façam bem.
Fontes: Plantão Online, AdNews, Semiocast, Twitter, Guardian UK, Akamai